Por que a primeira infância é tão importante?

Vamos analisar a importância da primeira infância e compreender por que nosso papel nesta fase é essencial para a formação integral do ser humano.

O bebê nasce livre de informações e, a partir do seu nascimento – e até mesmo antes, no ambiente uterino – começa a captar os estímulos ao seu redor, iniciando o processo de construção do seu conhecimento de mundo. As crianças começam seu processo de aprendizado a partir do meio em que vivem, seja na casa, na escola ou na comunidade. Durante esta fase, ocorrem os primeiros e mais significativos aprendizados, os quais influenciam diretamente o desenvolvimento do caráter e da personalidade, contribuindo para seu crescimento afetivo, social e intelectual.

Entre o nascimento e os seis anos de idade, o desenvolvimento da criança ocorre a uma velocidade muito superior à de qualquer outro período da vida, tanto no aspecto psicológico quanto físico. A criança absorve constantemente novos conhecimentos, vivenciando uma diversidade de sentimentos. Essa fase é muitas vezes comparada a uma "montanha-russa emocional", com a criança passando rapidamente de estados de calma para agitação, de ternura para reações mais intensas, como a "agressividade". Muitas dessas emoções se expressam através de reações físicas, como cantar, pular de alegria, jogar objetos ou gritar. Em determinados momentos, a criança demonstra uma grande energia, mas logo após pode se recusar a realizar qualquer esforço.

O desenvolvimento infantil é composto por diferentes fases que, ao longo do tempo, estruturam as bases psíquicas que se refletirão na personalidade do adulto futuro. É por meio dessas fases que a criança constrói sua identidade, influenciada pela dinâmica familiar e pela educação que recebe.

É importante frisar que o desenvolvimento de cada criança é único e não segue uma linha contínua. Durante seu crescimento, podem ocorrer avanços e retrocessos, ou seja, enquanto alguns aspectos do seu desenvolvimento avançam rapidamente, outros podem estagnar temporariamente. É fundamental entender que a criança não pode concentrar sua energia em todas as funções do desenvolvimento ao mesmo tempo.

Para avaliar o progresso da criança, deve-se considerar sua condição global, levando em conta seu ambiente de vida. Não devemos fazer julgamentos baseados em aspectos isolados, considerando, por exemplo, uma "anomalia", sem antes compreender o contexto completo.

Pais e educadores precisam respeitar o ritmo individual de cada criança, reconhecendo suas características e o modo como ela evolui ao longo das diversas fases de seu desenvolvimento. O mais importante é observar se há algum atraso nas aquisições típicas para a faixa etária da criança.

Tanto a antecipação de etapas quanto a falta de estímulo podem ser prejudiciais ao desenvolvimento. Alguns educadores acreditam que a evolução da criança é fortemente influenciada por fatores hereditários, mas, na realidade, quando a criança cresce em um ambiente estimulante e favorável, suas condições iniciais de vida não comprometem seu desenvolvimento de maneira alarmante.

É claro que, em alguns casos, a criança pode nascer com dificuldades ou deficiências que podem dificultar ou até mesmo impossibilitar determinados processos de seu desenvolvimento. Contudo, isso não deve ser visto como algo insuperável.

Por isso, o papel de pais e educadores é de grande relevância. Somos responsáveis pela formação do indivíduo em todas as suas fases – da infância à adolescência e à fase adulta – transmitindo as primeiras informações que moldarão a vida e o futuro da criança.