Meu filho não quer ir para a escola

É bastante comum que crianças pequenas relatem que não querem ir para a escola, mesmo quando já frequentam o ambiente escolar desde cedo e estão totalmente adaptadas. Esse tipo de comportamento gera ansiedade e preocupação nos pais, que frequentemente acreditam que algo não está bem na escola.

Diante disso, é importante esclarecer que a recusa escolar nem sempre está relacionada à escola em si. Crianças pequenas são extremamente sensíveis aos sentimentos e aos acontecimentos ao seu redor, percebendo sutilezas do ambiente, mesmo que não expressem isso diretamente. Muitas vezes, os adultos subestimam a capacidade de percepção da criança, acreditando que certos eventos ou problemas não serão notados por ela. Na realidade, fatores externos, como questões familiares, podem ser os responsáveis pela rejeição escolar, e não a escola propriamente dita.

Portanto, para descartar a possibilidade de que o problema esteja de fato relacionado ao ambiente escolar, os pais devem buscar uma reunião com a coordenação pedagógica ou com o professor. Uma conversa aberta e troca de experiências são essenciais para identificar a origem da recusa. Em muitos casos, questões simples podem ser identificadas como gatilhos para o comportamento e resolvidas por meio da colaboração entre casa e escola.

A seguir, listo algumas situações que podem levar a criança a desenvolver sentimentos de rejeição em relação à escola:

  1. A fase do "não": Em determinados momentos do desenvolvimento infantil, a criança começa a se opor a quase tudo, fase conhecida como "fase do não". Nesse período, é crucial que os pais mantenham sua figura de autoridade e expliquem de maneira racional a importância da frequência escolar.

  2. Problemas familiares: Questões como separações, brigas, discussões ou perda de entes queridos podem ser fatores que influenciam a recusa escolar. Crianças são extremamente sensíveis e, embora os pais tentem esconder esses problemas, elas captam essas tensões. Como resultado, a criança pode se sentir ansiosa e angustiada, sem compreender completamente o que está acontecendo. Se os pais perceberem que não estão conseguindo lidar com a situação, é importante procurar orientação profissional. Quando as crianças sentem medo, elas buscam proximidade e segurança daqueles a quem confiam.

  3. Chegada de um irmãozinho: O nascimento de um irmão pode afetar a rotina da criança, gerando insegurança e ansiedade. Ela pode temer que o irmão tome o seu lugar na família e, principalmente, o amor dos pais. Nesse momento, a criança tende a querer estar mais perto para garantir seu espaço, além de estar lidando com a novidade e curiosidade relacionadas à situação.

  4. Problemas de saúde: Quando a criança está doente, ela pode preferir ficar no aconchego de casa, sentindo-se indisposta e buscando a segurança proporcionada pela presença da família.

  5. Medo: Algumas crianças experimentam medo em relação à escola, seja por uma experiência traumática ou uma sensação de insegurança. Nesses casos, é necessário buscar orientação especializada para ajudar a criança a superar e identificar as causas do medo.

  6. Transtornos relacionados à recusa escolar: Em alguns casos, a recusa escolar pode estar associada a transtornos, como fobias escolares. Portanto, caso a recusa persista, é importante procurar um profissional especializado, uma vez que nem sempre conseguimos lidar sozinhos com todas as situações que afetam a criança.

Em suma, ao perceber a recusa escolar, é essencial que os pais avaliem com atenção todos os fatores que podem estar influenciando o comportamento da criança, incluindo questões emocionais, familiares e pessoais. A parceria entre a família e a escola é fundamental para compreender e resolver a situação da melhor maneira possível.