Deficiência mental

Histórico

     Antigamente as pessoas que eram diagnosticadas com déficits irreversíveis na atividade mental superior, não recebiam nenhuma possibilidade de cura ou tratamento, a única intervenção era a prevenção. Nesse sentido já que não era possível qualquer tratamento, introduziu-se a psicometria associada à escolarização das pessoas com deficiência. Os testes de QI foram elaborados com o intuito de diferenciar as crianças que podiam frequentar a escola das que não podiam.
É preciso um diagnóstico diferencial, pois a deficiência mental ainda é muito confundida com doença mental ou relaciona-se deficiência mental com deficiência física.
Na psicometria consideramos deficiência mental quando os valores de QI estão abaixo de 70.

Usamos a seguinte tabela:
Deficiência mental leve – QI 55 A 70
Deficiência mental moderada – QI 40 A 55
Deficiência mental grave – QI 25 A 40
Deficiência mental profunda – QI abaixo de 25

A psicometria é útil tratando-se de medições, nesse caso os testes são bastante recomendados, mas a níveis educacionais não conseguem atingir as necessidades, pois não ajudam sobre o que fazer e de que forma. Mais adiante falarei das avaliações e intervenções, que não serão apenas caracterizadas por testes.

Causas


As causas da deficiência mental estão relacionadas a basicamente três fatores, o primeiro, são malformações congênitas, ou seja, anomalias funcionais ou estruturais do feto.

A segunda diz respeito  as lesões cerebrais causadas por agressão ao cérebro fetal durante a gestação ou no momento do parto, por exemplo: infecções transmitidas da mãe para o bebê e intoxicações, que podem ser causadas por drogas e outros agentes.
A terceira e última trata das alterações na bioquímica cerebral do bebê, eles nascem com o cérebro normal, mas este começa a se deteriorar por conta de uma reação metabólica do organismo, como por exemplo a fenilcetonúria ou hipotireoidismo congênito.

O que é a deficiência mental?

“A deficiência mental refere-se a limitações substanciais no desenvolvimento corrente. Caracteriza-se por um funcionamento intelectual significativamente inferior à média, que ocorre juntamente com limitações associadas em duas ou mais habilidades adaptativas(habilidades básicas do nosso dia a dia), sendo elas: comunicação, cuidado pessoal, vida doméstica, habilidades sociais, utilização da comunidade, autogoverno, saúde, segurança, habilidades acadêmicas, lazer e trabalho. A deficiência mental manifesta-se antes dos 18 anos.”

Além das limitações cognitivas, existem algumas características comportamentais bastante presentes nesses indivíduos, como por exemplo, maior rigidez comportamental. Percebemos que nessas pessoas existe uma tendência em repetir ou permanecer na mesma atividade por muito mais tempo, isso se deve ao fato de que o indivíduo com baixa capacidade intelectual tem mais dificuldade de adaptação, tudo que é novo gera insegurança e ansiedade, portanto mudar de tarefa gera ansiedade.

A inteligência é a capacidade de adaptação a situações novas.

Embora algumas atividades favoreçam este tipo de individuo, devemos ficar atentos com relação as suas necessidades, pois ao mesmo tempo em que essas atividades criam uma rotina segura em suas vidas, também poderão criar mais resistência as mudanças, é preciso dosar e introduzir o novo, paulatinamente. Até porque demonstram mais dependência pelo objeto de apego (causado pela imaturidade emocional).

Avaliação e Intervenção

A avaliação e a intervenção nesses indivíduos são de suma importância, uma depende da outra. Podemos usar como critérios, as seguintes avaliações:

- Avaliação dos comprometimentos, é necessário avaliar se existem déficits físicos, orgânicos, neurológicos, sensoriais, motores etc.
- A própria escola poderá preparar uma avaliação das competências, experiências e capacidades do aluno.
- Outra questão diz respeito à rotina, avaliando seu grau de independência nas atividades da vida diária, capacidade de interação, suas formas de comunicação e suas funções cognitivas básicas.

Com relação à intervenção nosso olhar estará muito mais voltado para as  questões adaptativas do indivíduo do que propriamente para as funções de aprendizagem, nosso principal objetivo é tornar esse indivíduo socialmente adaptado e para isso precisamos criar independência em suas atividades diárias, como se vestir, comer, ir ao banheiro, se comunicar com os outros, identificar os riscos da vida etc. O que em uma pessoa sem deficiências se faz naturalmente, no portador de deficiência mental deverá ser ensinado e treinado.

Embora a deficiência mental seja uma condição permanente, não é impossível ajustar o indivíduo ao convívio social, essa será a maior tarefa da educação especial com essas pessoas.