Embora já tenha abordado este assunto
em outras postagens, nesta falarei especificamente da atitude mais adequada a
ser tomada quando uma criança grita, esperneia e joga-se no chão.
No trabalho com a Educação Infantil
este comportamento é mais comum do que se imagina, pois crianças pequenas estão
descobrindo o mundo e testando as possibilidades, é a fase da introdução dos
valores e parcial compreensão a respeito do certo e errado.
Vou rapidamente exemplificar este
modelo de comportamento através de um paciente, que chamarei de Pedrinho (2
anos e 10 meses).
Pedrinho faz uma pirraça a cada 30
minutos aproximadamente, desviando a atenção das crianças, tumultuando a sala
de aula e interrompendo a atividade.
Ele berra, chora, se joga no chão etc.
Logo podemos observar que o
comportamento de Pedrinho já está excedendo os padrões de normalidade. Devemos
então estabelecer a conduta a ser adotada neste caso.
Existem vários motivos que podem levar
a criança a ter este tipo de comportamento, sempre partimos das questões mais
simples e caso persista, indicar a terapêutica mais adequada.
O mais importante é o diálogo casa –
escola, quanto mais informações tivermos a respeito da criança e seu contexto,
maiores são as chances de chegarmos ao motivo da pirraça e juntos traçarmos a
melhor conduta.
Listarei algumas situações que poderão
justificar a pirraça:
1 - Fase do limite, criança testando
suas possibilidades com os pais e educadores, a falta de limite colabora para
esse tipo de comportamento;
2 - Alguma novidade ou problema em
casa. Como a criança não consegue direcionar suas emoções,
acaba extravasando seus sentimentos através da pirraça, muitas vezes
querem só chamar a atenção;
3 - Sono, fome e cansaço, normalmente
são gatilhos para uma crise de pirraça;
4 - Quando a criança não está se
sentindo bem fisicamente, fica enjoada e poderá apresentar um episódio de
pirraça;
5 - Menos comuns, mas não raros, estão
os problemas comportamentais, emocionais e neurológicos.
No caso de Pedrinho a causa de sua
pirraça está justamente ligada ao Limite, toda vez que se sente frustrado ou
contrariado, reage com gritos e pirraças. Em casa a mãe se sente culpada por
trabalhar demais e acaba sucumbindo a todas as suas vontades, que se acostumou
a essa situação e não reage bem a palavra NÃO ou qualquer outra contradição,
expressando sua frustração através da pirraça e achando que através dela
conseguirá aquilo que quer.
Combinamos que em casa a mãe não cederá
tanto as vontades de Pedrinho e não se deixará levar por seus gritos, da mesma
forma a escola.
É muito importante explicarmos
racionalmente aquilo que negamos (estamos zelando por sua integridade física e
emocional) e se for o caso deixá-la esperneando por algum tempo, pois
desta forma a própria criança vai perceber que não consegue tudo no grito.
Devemos sempre estimular a fala sem o choro.
Através do diálogo com a família e
paciência podemos resolver esses pequenos desajustes. Sempre observando e
avaliando e caso necessário indicar um profissional.