Tique nervoso

Nesta postagem falarei de um assunto, que muitas vezes deixa pais e professores preocupados, mas que podemos contornar com tranquilidade se o observarmos logo no início, são os chamados tiques nervosos.
Piscar os olhos, roer as unhas, balançar os pés, estalar o pescoço repetidamente, são sinais típicos de uma criança que está insegura, ansiosa ou querendo chamar a atenção por algum motivo.
Esses movimentos motores, em regra geral, representam a exteriorização de algum sentimento, na maioria das vezes, vêm e vão com a mesma facilidade.
Quando notamos que a criança persisti com os tiques por mais de uma semana, temos que começar a observar, o que a está incomodando, e desta forma procurar a orientação necessária.
Na escola quando nos deparamos com casos assim, não notificamos a mãe de primeira, aguardamos uma ou duas semanas para ver se os movimentos cessam voluntariamente, como já expliquei em outras postagens, a criança é uma montanha russa de emoções, que passa da calmaria para agitação sem motivo aparente, e esta oscilação pode gerar uma descarga emocional sem grandes especificações. Contudo, quando observamos uma persistência maior, convidamos a família para uma conversa, com o intuito de avaliarmos se há fatores que possam estar contribuindo para a existência dos tiques.
Muitos eventos deixam os pequenos ansiosos ou inseguros, por exemplo: a chegada do irmãozinho, perda de entes queridos, mudança de escola ou de casa etc. 
Desta forma conseguimos orientar pais e educadores, no sentido de ajudar a criança a superar esses sentimentos, e começar a canalizar de outra forma.
Com crianças de 4 a 6 anos, fica mais fácil, muitas vezes conseguimos a verbalização dos sentimentos (mesmo que de forma inconsciente ou através dos desenhos e brincadeiras), mas, com crianças pequenas, é preciso encontrar outras formas para ajudá-las a extravasar. Muitas vezes os tiques passam sozinhos.
Se após todo este processo, os tiques continuarem evoluindo, é preciso procurar um aconselhamento psicológico ou terapia, pois, podemos nos deparar com sentimentos mais arraigados e que precisam de um acompanhamento mais específico. Até porque, os tiques em excesso podem afetar o dia a dia da criança, dificultando seu processo de aprendizagem e autoestima.
Exemplo: Criança que balança muito as pernas, pode não encontrar o equilíbrio necessário para fazer um trabalho escolar.
A própria criança se sente incomodada com o tique e acaba virando um ciclo de ansiedade, quanto mais ansiosa fica, mais tique tem, e assim vai.
Em último caso é preciso procurar um neurologista, para descartar problemas neurológicos, que podem resultar em tiques nervosos.