Como fortalecer a autoestima das crianças?

A forma como a criança se vê, se sente e se valoriza tem impacto direto em todas as áreas da vida: nas relações, na escola, nas brincadeiras e, futuramente, na vida adulta. Uma criança com autoestima saudável tem mais segurança para explorar o mundo, se expressar, lidar com frustrações e acreditar no próprio valor — mesmo quando as coisas não saem como ela gostaria.

Mas a autoestima não nasce pronta. Ela é construída — e, principalmente, cultivada — no dia a dia, nas pequenas experiências, nos vínculos afetivos e, claro, na forma como os adultos ao redor lidam com a criança.

O que é autoestima, afinal?

Autoestima é a percepção que a pessoa tem de si mesma. Está relacionada à confiança nas próprias capacidades, ao sentimento de pertencimento, à aceitação dos próprios limites e à sensação de ser digno de amor e respeito.

Na infância, a autoestima se forma a partir da visão que a criança vai construindo de si com base nos espelhos que encontra ao seu redor — pais, professores, cuidadores, colegas.

Quando ela é constantemente valorizada, ouvida, acolhida e encorajada, tende a desenvolver uma imagem positiva de si mesma. Quando, ao contrário, é criticada de forma dura, ignorada, comparada o tempo todo ou ridicularizada, pode começar a se sentir inadequada, insegura e sem valor.

Como os adultos podem fortalecer a autoestima infantil?

Aqui vão atitudes práticas — e muito poderosas — que ajudam a criança a se sentir segura, capaz e amada do jeitinho que é:

Demonstre amor incondicional
Deixe claro que o amor por ela não depende do que ela faz ou deixa de fazer. Crianças precisam saber que são amadas por quem são, não apenas quando acertam ou se comportam bem.

Reconheça os esforços, não só os resultados
Valorize quando a criança tenta, insiste, se dedica, mesmo que o resultado não seja perfeito. Dizer “Eu vi que você se esforçou muito nisso!” é mais fortalecedor do que elogiar apenas a nota ou o desempenho.

Evite comparações
Cada criança tem seu ritmo, suas habilidades e seu jeito de ser. Comparar com irmãos, primos ou colegas só gera insegurança. Prefira mostrar o progresso individual: “Olha como você já está conseguindo fazer isso melhor do que antes!”

Dê espaço para ela se expressar
Ouvir com atenção, fazer perguntas, levar suas opiniões a sério mostra que ela importa. Isso reforça a sensação de pertencimento e respeito.

Ensine que errar faz parte
Mostre que os erros são oportunidades de aprendizado. Quando o adulto reage com acolhimento em vez de punição, a criança aprende a não se punir tanto por falhas, desenvolvendo mais resiliência emocional.

Ofereça responsabilidades compatíveis com a idade
Quando a criança participa das tarefas do dia a dia (arrumar o brinquedo, ajudar a guardar algo, escolher a roupa), sente-se útil e capaz — e isso fortalece sua autoconfiança.

Seja exemplo de autoestima saudável
Crianças observam tudo. Se os adultos se criticam o tempo todo, falam mal de si mesmos ou vivem buscando aprovação, elas aprendem que isso é o “normal”. Demonstrar amor-próprio, autocuidado e respeito por si mesmo é um ensinamento poderoso.

E quando a criança tem baixa autoestima?

Alguns sinais de alerta que podem indicar dificuldades com a autoestima:
  • Medo excessivo de errar ou de decepcionar os outros;
  • Dificuldade em aceitar elogios;
  • Vergonha de se expressar ou de tentar coisas novas;
  • Falas autodepreciativas como “eu sou burro” ou “eu não consigo nada direito”;
  • Comportamentos de isolamento ou necessidade constante de agradar.
Nesses casos, o primeiro passo é não minimizar esses sinais. Escutar, acolher e buscar apoio psicológico, se necessário, pode ser fundamental para reverter esse quadro e ajudar a criança a reconstruir sua autoimagem.

Conclusão

Fortalecer a autoestima das crianças é um dos maiores presentes que podemos oferecer. É ajudar a construir uma base emocional sólida, que vai acompanhá-las ao longo da vida — nas escolhas, nos desafios, nas relações e nos momentos difíceis.

Uma criança que acredita em si mesma não precisa ser perfeita. Ela só precisa saber que tem valor, que pode tentar de novo, que merece respeito e que tem um lugar no mundo onde é amada exatamente como é.

E esse lugar começa, sempre, no olhar e na escuta de quem cuida.