As novas relações que estão surgindo entre Família e Escola

    Nesta postagem falarei de um assunto que tem sido bastante discutido no meio educacional, e que tem afetado a rotina da escola e da criança.
As novas relações que estão surgindo entre FAMÍLIA e ESCOLA

Já esgotamos todas as discussões que dizem respeito a possibilidade de conciliar a vida profissional com a responsabilidade de ser mãe e pai.
Não podemos esquecer que quando colocamos um filho no mundo assumimos responsabilidade para toda vida, e não cabem desculpas para não participar desse dia a dia. Hoje existem muitos serviços para dar apoio a essa necessidade (creches, babás, colônias de férias, atividades extras etc.).
Mas para tudo tem limite e não é possível terceirizar totalmente os cuidados e a educação dos filhos.

Vivemos uma época bastante conturbada, no que diz respeito aos valores morais em nossa sociedade.

Valores como o respeito estão cada vez menos presentes nas relações, trazendo consequências negativas para a vida das pessoas, criando um clima de desconfiança, inclusive na parceria casa-escola.
Foi-se o tempo em que os pais escolhiam a escola do seu filho e nela depositavam toda a sua confiança, tinham certeza da proposta da escola e das relações de afeto que ali se estabeleciam. Sabiam que era o melhor para seus filhos e agiam com total parceria.
Hoje em dia temos a sensação de que algumas características fundamentais desse relacionamento, estão sendo esquecidas, dando espaço a uma relação de consumo, cujo principal objetivo é a troca. “O que levo já que estou pagando? ”. Como se a relação docente fosse mediada pelo código do consumidor.
E é aí que começa a questão, pois nosso produto não pode ser visto a curto prazo, com isso há a sensação de que não estão recebendo nada em troca, criando um clima de cobranças e resoluções relacionadas a questões que não se enquadram na proposta maior da escola.
Ficam muito preocupados com a função assistencial (cuidar dos pequenos enquanto trabalham, banho, sono e alimentação), realmente são funções muito importantes, mas, não são as únicas. A finalidade maior da escola, diz respeito aos valores que serão construídos pela criança em seu processo de escolarização.

Infelizmente ainda temos um agravamento deste afastamento, causado pelo aumento dos mecanismos de comunicação à distância, antes quando existia algum conflito a ser dirimido, seja por parte da família ou da escola, podíamos contar com a presença dos pais, agora ele quer tentar resolver tudo a distância, e isso não é possível.
No fundo se sentem culpados, e pensam que encontraram uma forma de controlar e acompanhar a educação dos filhos, mas infelizmente devo dizer que isso é uma grande ilusão, o contato a distância não substitui a presença dos pais no ambiente escolar.
Às vezes esquecemos que é preciso olhar olho no olho, sentir as emoções e entender o contexto familiar e escolar, o que é impossível através de mensagens eletrônicas.
Não podemos saber o que acontece com um filho na escola se não estivermos lá para ver. O que os olhos não veem o coração não sente.
Essa estrutura de comunicação criou um círculo de informações paralelas àquilo que de fato está acontecendo.
Não há problema na formação de grupos que se falam por intermédio desses mecanismos, o problema surge quando fazemos dele o nosso principal meio de comunicação, principalmente para assuntos importantes, e um deles diz respeito a relação com a escola. Imagine se você mandasse uma mensagem para seu médico e ele sem lhe examinar receitasse através de uma mensagem?
Quando uma notícia ou informação segue nessa comunicação atravessada, não há garantia de autenticidade, porém os pais fragilizados por sua ausência acabam se deixando influenciar, piorando o sentimento de desconfiança e aumentando a cobrança.
Sugiro que toda vez que uma notícia for lançada por meios virtuais, que os pais se dirijam a escola para saber o que de fato está acontecendo e se está acontecendo.
O avanço tecnológico nos trouxe muitos benefícios, mas como tudo na vida, se não dosado de forma correta também poderá suscitar em pontos negativos.

Temos como objetivo manter o compromisso desse relacionamento. E principalmente a qualidade do trabalho.