Tema muito abordado nos dias de hoje, a Alienação Parental,
é a desconstituição da figura parental de um dos genitores e a desmoralização
que um genitor faz do outro para a criança.
Geralmente ocorre após processos de separação do casal,
onde o cônjuge passa a fazer a cabeça da criança contra o ex-parceiro (a),
visando o distanciamento da criança com ele (a).
Sendo assim, a criança começa a apresentar apego excessivo
em relação ao alienante, afastando-se do outro genitor (alienado).
A Alienação Parental pode ser praticada por terceiros (avós,
tios etc.), também pode ocorrer durante o casamento, quando o casal já não está
se relacionando tão bem.
Esse comportamento por parte dos pais acaba gerando uma
série de consequências comportamentais e psíquicas para a vida dos pequenos.
Não podemos excluir pai ou mãe da vida da criança, quando
isso acontece, eliminamos uma parte da própria criança.
Pai e mãe tem papel fundamental na vida de um filho, são
seu porto seguro e figuras de referência, quando tiramos um deles da vida da
criança, ela passa a perceber o mundo de forma diferente, criando uma
configuração nada saudável para sua formação.
Dentre os problemas causados pela Alienação Parental, posso
citar: depressão, doenças psicossomáticas, ansiedade, nervosismo, transtornos
de identidade, transtornos de adaptação, insegurança, baixa autoestima,
sentimento de rejeição, isolamento, desorganização mental, hostilidade ou
agressividade, transtornos de conduta, tendência ao uso de drogas e álcool, dificuldade
nos relacionamentos e outros.
Como disse anteriormente, estamos tirando uma parte da
criança, e cada uma reagirá de uma forma diante desta situação, pois, tudo que
ela conhecia como certo e seguro desaba.
A idade da criança e seu nível de maturidade emocional
influenciarão nos danos causados pela Alienação.
A situação mais complicada de todo este processo ocorre,
quando a criança toma consciência das intrigas, e passa a se sentir culpada
pelas injustiças praticadas contra o alienado.
Vivencio muito essa situação na escola,
que acaba muitas vezes absorvida por brigas e conflitos. Quando isso acontece é
preciso marcar uma reunião com os pais, na escola a postura do psicólogo está
mais voltada para as questões legais, deixando claro a responsabilidade de cada
um e tentando minimizar os efeitos sobre a criança, mostrando as dificuldades
que ela passará diante de tal conflito.
Já na clínica vamos tratar da família,
também com o intuito de minimizar os efeitos, mas, vamos abordar de forma
mais detalhada as emoções.
Em todos os casos de Alienação Parental, faz-se necessário
o acompanhamento psicológico para pais e filhos, é preciso que os pais entendam
que a criança não pode sofrer com seus conflitos e dilemas emocionais.