TEA - Transtorno do Espectro Autista

Falarei nesta postagem do Transtorno do Espectro Autista. Uma das questões mais importantes está relacionada ao aprimoramento dos profissionais que lidam com esse transtorno. Eles precisam entender tudo que cerca o autismo, para ajudar da melhor forma possível e prestar o melhor atendimento, a essas crianças.
Quando uma família procura um médico, porque percebe que seu filho tem algum atraso ou comportamentos estranhos, são instruídos a aguardarem. Muitos profissionais que trabalham com crianças, ainda resistem ao diagnóstico precoce, e como o autismo não apresenta sintomas ou anomalias físicas, isso acaba postergando o diagnóstico. Por isso precisa haver uma conscientização desses profissionais, afinal de contas, estão na linha de frente, uma criança no geral só precisa se consultar com o pediatra, e normalmente é ele quem faz a indicação de outros profissionais quando necessário.
O mesmo pode acontecer com os educadores que acompanham a criança, se não tiverem informações suficientes a respeito do assunto, podem deixar passar alguns sinais de autismo, ficando os pais desavisados e atrasando o tratamento.

Vamos falar agora, de algumas situações que acabam atrasando o diagnóstico, e consequentemente o tratamento, impedindo assim, o desenvolvimento das crianças portadoras de TEA.

Uma delas diz respeito ao desconhecimento de pais e educadores com relação aos sintomas do transtorno. Incluo neste grupo a não valorização de atrasos em algumas funções e habilidades, ou seja, percebem alguma disfunção, mas não dão o devido valor, pensam que se aguardarem poderá melhorar.

Alguns sintomas:

-Atrasos psicomotores e da fala;
-Falta de interesse em outras crianças;
-Falta de contato visual;
-Ausência de balbucios;
-Dificuldade na atenção compartilhada nas atividades;
-Deficiência nos gestos sociais.

Quando percebemos qualquer alteração nas funções normais do desenvolvimento infantil, precisamos dar uma atenção especial, isso não significa que a criança tem um problema, mas é preferível descartar possíveis transtornos o quanto antes, evitando assim, o diagnóstico tardio.

Quanto mais tarde for feito o diagnóstico, menores serão as chances da criança com autismo assimilar novas informações.
O que acontece? A capacidade de aprendizado da criança vai diminuindo conforme ela vai crescendo, então, quando fazemos um diagnóstico precoce, estamos aproveitando sua capacidade máxima de aprendizagem, desta forma, conseguimos que as crianças portadoras do transtorno absorvam informações e habilidades através de um aprendizado próprio, que atenda as particularidades de cada um.
O autismo impede a inserção das habilidades, portanto, se essas habilidades não forem ensinadas desde cedo, além da capacidade de aprendizado diminuir, o próprio autismo vai criando esta barreira.
Por conta deste diagnóstico tardio dificultamos o processo de inclusão da criança, pois existem lacunas do desenvolvimento que não foram amadurecidas e reabilitadas a tempo, gerando um quadro de difícil adaptabilidade.
Podemos dizer que a inclusão começa no diagnóstico. Quando temos a oportunidade de começar o tratamento desde cedo, conseguimos diminuir os prejuízos e otimizar as potencialidades.

Outro fator que contribui para o diagnóstico e atraso no tratamento, está relacionado a aceitação dos pais, nenhum pai gosta de receber a notícia de que possivelmente seu filho é autista, criando uma cortina em torno da situação.
Muitos pais de autistas sofrem de ansiedade e depressão. No geral aguentam como podem os comportamentos do filho autista (comportamentos repetitivos, opositores, agressivos, choros constantes e inquietudes). Passam seus dias tentando administrar e organizar o comportamento do seu filho, portanto, precisam de acompanhamento e aconselhamento para que todo este tratamento funcione. Não podemos esquecê-los.

Por incrível que pareça a média para diagnóstico do autismo aqui no Brasil é de 7 anos, quando a criança já perdeu boa parte de sua capacidade de aprendizagem.

Vamos entender por que os graus e sintomas do Autismo variam de criança para criança. Por que uma criança com autismo pode falar bem, enquanto outra nada fala? Por que uma consegue ter uma percepção mais estruturada do que a cerca e a outra não? E a inteligência intelectual, por que é normal para umas e outras tem baixa inteligência intelectual?

Existem muitos aspectos funcionais e habilidades que vão variar de criança para criança com TEA, são eles: percepção viso espacial, linguagem, audição, memória, atenção etc.
A formação da estrutura cerebral e suas conectividades podem variar de autista para autista, o que nos leva a entender as diferenças nas diversas funções e habilidades.
Exemplo: A região da linguagem pode estar mais alterada em uma criança, enquanto em outra criança a região cerebral mais afetada é a percepção viso espacial. Por isso encontramos tantas variações nos graus e nas características de crianças com TEA. É por esse motivo que cada uma apresenta dificuldades e possibilidades em áreas diferentes.

Hoje se fala muito no aumento de diagnóstico de Autismo e TEA, contudo, se avaliarmos vários aspectos, podemos concluir que esse "surto" não é tão real quanto dizem.
A justificativa mais plausível diz respeito ao fato de que muitas pessoas conviveram com problemas comportamentais e nunca receberam um diagnóstico, e agora com todo estudo acerca do tema, foram enquadradas no transtorno.