Desde cedo, somos incentivados a desenvolver o lado do cérebro responsável pelo raciocínio lógico e pela razão, enquanto muitas vezes negligenciamos o estímulo àqueles aspectos que envolvem o lúdico, a intuição e a inventividade.
Adolescentes e adultos que foram incentivados, na infância, a criar, imaginar, inventar e fantasiar tendem a ser mais tolerantes e flexíveis diante dos obstáculos da vida, frequentemente encontrando alternativas para superar as dificuldades. Por outro lado, aqueles cuja educação foi focada apenas na lógica e na razão, ou que tiveram suas capacidades criativas restringidas, apresentam maior dificuldade em lidar com desafios, mostrando-se mais inflexíveis e com maior propensão ao pessimismo. Além disso, esses indivíduos tendem a ter maior dificuldade em suportar as pressões da vida cotidiana.
Entretanto, não devemos adotar uma abordagem extrema. Tanto a lógica quanto a criatividade desempenham papéis essenciais ao longo da vida, e é fundamental que ambas se complementem. Nem excessiva razão, nem exclusivamente imaginação.
É por meio da criatividade que desenvolvemos nossa capacidade de inovar e de encontrar soluções alternativas para problemas complexos. Crianças estimuladas a explorar seu lado criativo são mais capazes de enfrentar os obstáculos na vida adulta, mantendo uma postura resiliente diante das adversidades. É crucial permitir que seu filho ou aluno tenha liberdade para criar, pois nem tudo precisa seguir uma lógica rígida.
Quando uma criança desenha um cavalo com asas, pinta o mar de vermelho ou combina um sapato com uma roupa de maneira inusitada, qual é o problema? Não imponha regras constantemente. Deixe a criança explorar sua criatividade, fantasiar, criar e descobrir suas preferências, pois esse processo contribui para o fortalecimento de sua autoconfiança. A crença de que "eu quero, faço e consigo" se desenvolve nesse ambiente criativo. Quando corrigimos incessantemente as ações da criança, limitamos seu potencial criativo e geramos insegurança em suas escolhas, ações e decisões. Esses sentimentos de insegurança podem se perpetuar na vida adulta, dificultando a capacidade de tomar decisões, elaborar ideias e criar. Isso pode resultar em um adulto sempre inseguro em relação às suas escolhas.
Portanto, a criatividade deve ser estimulada. Embora algumas crianças possuam uma criatividade mais evidente, todas têm o potencial de desenvolver esse lado criativo. A seguir, algumas recomendações para fomentar a criatividade nas crianças:
Leia para a criança com frequência. A leitura estimula a imaginação e amplia a capacidade criativa.
Utilize brinquedos simples, como blocos de montar, massinha de modelar e lápis de cor, permitindo que a criança crie livremente. Atividades de artesanato também são eficazes para o desenvolvimento da criatividade e da coordenação motora.
Crie jogos e brincadeiras que envolvam improvisação, incentivando a criança a pensar de maneira flexível e criativa.