Nesta postagem, abordarei um tema que frequentemente gera debates entre pais e educadores: a relação entre o número de crianças por turma e a quantidade de profissionais em sala de aula.
É comum que os pais, ao visitarem a escola, se preocupem com a quantidade de crianças e profissionais em cada turma. Vamos esclarecer os aspectos envolvidos nesta questão e proporcionar um entendimento mais amplo sobre o tema.
Normas Regulamentadoras
O Conselho Municipal de Educação, no exercício de suas atribuições legais, estabelece as diretrizes para a organização dos grupos de acordo com as especificidades do Projeto Político-Pedagógico de cada instituição. De acordo com o artigo 12, são determinadas as seguintes proporções entre crianças e profissionais, incluindo professores e auxiliares:
I - Para crianças de zero a um ano e onze meses, a proporção estabelecida é de um professor para grupos de até 24 crianças. Além disso, deve haver um auxiliar para cada grupo de até seis crianças, seja em espaços físicos distintos ou não.
II - Para crianças de dois anos a dois anos e onze meses, a proporção é de um professor para grupos de até 24 crianças. Exige-se um auxiliar para grupos de até 15 crianças e dois auxiliares para grupos a partir da 16ª criança.
III - Para crianças de três anos a três anos e onze meses, um professor deve atender grupos de até 24 crianças, com a exigência de um auxiliar para grupos de até 20 crianças e dois auxiliares para grupos a partir da 21ª criança.
IV - Para crianças de quatro anos a cinco anos e onze meses, a proporção é de um professor para grupos de até 25 crianças, em único espaço físico.
Com base nessas orientações, cada instituição tem a liberdade de se organizar conforme sua Proposta Pedagógica e os projetos a serem desenvolvidos ao longo do ano letivo.
Prática Pedagógica
Na escola em que trabalho, buscamos sempre respeitar as particularidades de cada criança e cada turma. É importante destacar que, mesmo com turmas de idades semelhantes, as dinâmicas podem variar. Algumas turmas podem ser mais agitadas, enquanto outras podem ter uma energia mais calma. Por isso, a quantidade de profissionais em sala de aula não deve ser tratada de forma rígida, pois o contexto de cada grupo deve ser observado com atenção.
Em muitas situações, aumentamos o número de auxiliares quando necessário, para garantir que o trabalho pedagógico transcorra de maneira segura e eficaz. Já tivemos turmas pequenas, com apenas 10 crianças, nas quais disponibilizamos três auxiliares além da professora, justamente devido às especificidades do grupo.
Em um exemplo mais recente, no início do semestre, tivemos uma turma composta por crianças na faixa etária de 1 a 1,5 anos. Percebemos que as crianças de 1 ano eram mais imaturas comparadas às de 1,5 anos. Dessa forma, dividimos o grupo em dois menores, com o intuito de respeitar o desenvolvimento individual de cada criança. No final do semestre, a diferença de maturidade entre as crianças já não era tão acentuada, e as duas turmas foram reunidas.
Essa flexibilidade é essencial. O olhar atento e cuidadoso sobre o comportamento e as necessidades de cada criança é fundamental para garantir que a educação seja adaptada às suas condições, com foco no seu bem-estar e desenvolvimento.
Considerações Finais
Além de seguir as proporções numéricas estabelecidas, é importante garantir que a Proposta Pedagógica da escola seja de qualidade, com um compromisso genuíno com o desenvolvimento individual de cada aluno. O acolhimento, a compreensão das necessidades das crianças e a flexibilidade na abordagem pedagógica são elementos essenciais nesse processo.
Nos dias atuais, com o crescimento das instituições de ensino, torna-se mais difícil perceber essas características, uma vez que as escolas tendem a se tornar maiores, com maior número de crianças, professores e funcionários. Contudo, é vital que as escolas não percam a essência de seu trabalho com crianças pequenas, que deve priorizar o acolhimento e o olhar individualizado.