Nesta postagem falarei da importância do diagnóstico com ênfase na psicomotricidade e cognição.
Estamos vivendo um momento que facilmente as crianças são rotuladas, ou seja, diagnósticos imprecisos e com baixo teor de avaliação. Esta situação é muito preocupante, pois para estabelecermos condutas e procedimentos de reabilitação, compensação e técnicas de ensino, precisamos de um diagnóstico diferenciado e confiável, fornecido por uma equipe multidisciplinar.
Diagnósticos e classificações rotineiros podem nos levar à direções indesejáveis.
Tenho recebido na escola e no consultório queixas relacionadas a crianças que não realizam simples tarefas, e este pode ser um sinal de distúrbio psicomotor ou cognitivo.
A psicomotricidade através do sistema nervoso integra a mente e o físico, de modo a permitir que o indivíduo perceba seu corpo e domine seus movimentos melhorando toda a expressão corporal.
Listarei abaixo algumas características presentes nos distúrbios psicomotores, porém, não podemos descartar a possibilidade de que estes estejam ligados a outros aspectos (emocionais, neurológicos etc.)
- Atraso nos níveis de desenvolvimento;
- Falta de coordenação;
- Dificuldades na leitura e na escrita;
- Problemas de fala ou de linguagem (dislalia, gagueira etc.);
- Lentidão nas tarefas escolares;
- Rápida fatigabilidade;
- Dificuldades para copiar do plano vertical para o horizontal (do quadro para o caderno);
- Disgrafias, disortografias e escritas em espelho;
- Lateralidade indefinida;
- Deficiências na formação de conceitos;
- Falhas de percepção e de discriminação em geral;
- Dificuldades de orientação espaço-temporal;
- Problemas no esquema corporal e na discriminação da gestalt, isto é, na capacidade de formar um todo compreensível.
No processo cognitivo, que diz respeito à ação de adquirir conhecimentos, fazem parte a atenção, percepção, conceituação, discriminação, memória, raciocínio e linguagem.
Crianças com dificuldades nos processos cognitivos poderão apresentar alguns sintomas, tais como:
- Serem mais lentas;
- Distração;
- Processos de pensamento e abstração prejudicados;
- Esquecimento do que foi aprendido;
- Necessidade de um tempo maior para compreender e assimilar regras e ordens.
Por isso a importância do diagnóstico diferencial, muitas vezes os atrasos no desenvolvimento infantil poderão estar relacionados a problemas psicomotores e/ou cognitivos, e o quanto antes identificarmos, maiores são as oportunidades de recuperação. Dessa forma, também diminuímos as chances de um diagnóstico incorreto, por exemplo, algumas crianças que são rotuladas como deficientes mentais, quando na verdade possuem um problema cognitivo.
Como todo trabalho com crianças, algumas vezes nos deparamos com portadores de necessidades especiais, por isso muita atenção no processo de avaliação e diagnóstico, que nesses casos deverão ser ainda mais criteriosos.
É na infância que devemos promover os estímulos necessários para o desenvolvimento motor e cognitivo, pois como em qualquer área de desenvolvimento, quando não estimuladas de forma adequada, poderão acarretar futuros problemas de aprendizagem.
