Tecnologia da informação e Educação

A democratização da sociedade do futuro passa pela possibilidade de vários setores da população terem acesso às tecnologias da informação, de que forma devemos usar essa tecnologia?


     Em todos os meus anos de trabalho sempre priorizei um aprendizado que se dá através das vivencias da criança com o mundo a sua volta, a natureza, o contato com as pessoas e objetos do mundo, sua interação com aquilo que realmente temos de real e concreto.
Existe uma linha tênue entre a informatização e os benefícios da tecnologia da informação. Para decidirmos a melhor maneira de introduzir a tecnologia assistiva, precisamos de um diagnóstico diferenciado com relação as dificuldades de cada criança. Desta forma podemos definir e redefinir os processos de aprendizagem. É inegável que em alguns casos a compensação externa por meio da tecnologia da informação, dará ao indivíduo condições de levar uma vida melhor, sem tantos prejuízos nos afazeres do seu dia a dia e com uma participação mais ativa na sociedade. Aumentando suas habilidades funcionais e promovendo uma vida mais independente.
Tratando-se de adultos acho a tecnologia assistiva ainda mais benéfica. Porém não poderia deixar de opinar para o fato de que o mundo virtual não é o mundo real, e é através deste último que constituímos nossa existência e valores e que vamos aprender a amar e respeitar, a frustrar-se e seguir em frente.
Deve haver um equilíbrio entre o uso da tecnologia assistiva e as vivências de mundo da criança, mesmo tratando-se de portadores de necessidades especiais. No caso de crianças o uso da tecnologia assistiva deverá ser cuidadosamente avaliado, para que de fato ele possa contribuir para o aprendizado.
Sempre uso como exemplo um paciente meu, autista, cuja mãe na tentativa de acalmá-lo com relação as suas inquietudes usava o famoso tablet, de fato a criança ficava muitíssimo entretida com o objeto, porém tanto o menino como a família criaram uma relação de dependência com o aparelho, o que dificultou bastante o processo de socialização, que é uma das características mais trabalhadas na criança autista.