Vou tentar nesta postagem, abordar de forma simples e rápida, o
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, este, tem sido
exaustivamente abordado no ambiente escolar.
Há muitos questionamentos com relação a
identificação dos sintomas, evolução do quadro e seus tratamentos, mas, a maior
preocupação entre pais e educadores, está no fato dessas crianças serem
facilmente rotuladas com TDAH, quando uso a palavra rotulada, quero expressar a
pobreza de entendimento com relação ao transtorno, tornando-o uma classificação
bastante comum no dia a dia.
Quantas vezes já ouvimos, Pedrinho é
hiperativo e Clarinha tem déficit de atenção?
A situação não é tão simples assim,
causando muitas vezes uma preocupação excessiva na vida da família, ou o
contrário, a forma simplória como é abordado o assunto, acaba desvalorizando-o
e a família despreza a procura por um profissional especializado.
Por isso, antes de abordar qualquer
transtorno, gosto sempre de lembrar, que cada criança deve ser vista como um
ser único, que possui suas próprias características emocionais, cognitivas,
psicomotoras etc. Precisamos entender como as funções cerebrais agem, em cada
caso particular e fazer uma avaliação bastante precisa para se chegar ao
diagnóstico.
Alguns estudos indicam que o TDAH está
diretamente ligado a uma alteração no funcionamento de algumas substâncias
químicas, chamadas neurotransmissores, que passam informação entre as células nervosas
(neurônios). Existem pesquisas que demonstram que certos fatores podem
influenciar nessa química: hereditariedade, substâncias ingeridas na gravidez,
sofrimento fetal, problemas familiares e outros. Embora a origem do TDAH seja multifatorial, pensamos que a herança genética seja a causa mais provável.
O TDAH se caracteriza pela combinação de
dois tipos de sintomas:
1 - Desatenção
2 - Hiperatividade - Impulsividade
Em regra geral as crianças com TDAH, são
extremamente agitadas, não param quietas, mexem em tudo, inclusive pés e mãos,
também falam muito.
Possuem extrema dificuldade em manter a
atenção, o que acaba provocando consequências e outros sintomas, pois a atenção
é imprescindível para o bom funcionamento da memória, por isso, muitas vezes a
primeira queixa dos pais e educadores é o esquecimento.
Quando fazem algo que lhes é extremamente
interessante e estimulante, conseguem manter por um breve momento a
tranquilidade. Considere este fator uma dica para o trabalho com crianças com
TDAH.
Podemos considerar 3 tipos do Transtorno:
1 - Com predomínio de sintomas de
desatenção;
2 - Com predomínio de sintomas de hiperatividade/Impulsividade;
3 - Quando observamos em proporção
parecida, os dois sintomas.
Tanto o tratamento como as tarefas
afetadas, vão variar de acordo com o predomínio.
Diagnóstico
O TDAH é um distúrbio crônico, portanto
para termos certeza com relação ao seu diagnóstico, as características precisam
ser constantes, quando observamos que os sintomas ocorrem esporadicamente,
diminuímos a chance do diagnóstico de TDAH. Em regra geral a criança precisa
ser observada no mínimo por 6 meses.
Tratamento
O tratamento vai variar de acordo com o
tipo e o grau do Transtorno, e consiste basicamente em psicoterapia. Geralmente
o uso de medicamentos ocorre, quando o paciente apresenta comorbidades ou
outras doenças associadas. Também faz parte do processo, orientação aos pais e
professores. Estes precisam estar bastante conscientes com relação às
prioridades e estratégias que serão adotadas no dia a dia dessas crianças.
Seguem abaixo algumas dicas para ajudar
pais e educadores a identificarem os sintomas de TDAH:
- Esquece-se dos objetos e combinados com
facilidade;
- Distrai-se com facilidade;
- Dificuldade em concentrar-se em atividades
que exigem um esforço mental maior;
- Raramente termina uma tarefa;
- Parece não ouvir;
- Remexe pés e mãos;
- Pula, corre e não para sentando;
- Fala muito;
- Dificuldade para aguardar sua vez;
Lembro que dependendo do tipo de TDAH,
alguns sintomas poderão sobressair mais do que outros.
Na escola estas características estão
presentes o tempo todo na vida dos pequenos, pois estão descobrindo o mundo e a
agitação fará parte dele, como então, diferenciar os casos que necessitam de indicação?
A diferença estará na severidade e
frequência com que os sintomas aparecem.